R$ 170 MILHÕES NO LIMBO: PF Liga Deputado Vicentinho Jr. a ‘Empresa Fantasma’ em Esquema de Propina
- Wasthen Menezes

- há 2 dias
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Deputado Vicentinho Júnior (PP-TO) e esposa são alvos de relatório da Polícia Federal que aponta movimentação milionária em conta suspeita; STF e PGR negam pedidos de busca e apreensão.
Um relatório da Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Overclean colocou o deputado federal Vicentinho Júnior (PP-TO) e sua esposa no centro de uma grave investigação sobre movimentação financeira atípica e suspeita de propina. Segundo o documento, o casal teria movimentado impressionantes R$ 170 milhões ao longo de seis anos por meio de uma empresa que a PF classifica como “fantasma” e que teria funcionado como uma “conta de passagem” para recursos ilícitos [1].
A empresa em questão, GMD Borba Distribuidora, está registrada em Sítio Novo do Tocantins (TO), mas, de acordo com a PF, não possui estrutura compatível com o volume de transações. O inquérito aponta que, entre janeiro de 2019 e abril de 2025, a distribuidora recebeu e debitou um total de 170 milhões. A PF sustenta que a empresa estava em nome da esposa do deputado, Gillaynny, e serviu para ocultar o verdadeiro destinatário do dinheiro: o próprio parlamentar [1].
O Mecanismo e o Sobrepreço de 660%
A investigação da PF sugere que a GMD Borba Distribuidora era um elo em um esquema mais amplo. Os pagamentos suspeitos incluem repasses da empresa BRA Teles, que continuaram a ocorrer mesmo após o falecimento do sogro de Vicentinho, que o deputado alegava ser o proprietário da distribuidora. Para a Polícia Federal, a continuidade dos pagamentos reforça a tese de que o dinheiro era, na verdade, destinado ao deputado [1].
Além disso, o caso se conecta a outra empresa, a Larclean, que foi contratada para serviços de dedetização. Conforme revelado anteriormente, a Larclean praticava um sobrepreço de 660% em relação ao valor de mercado. O contratos apontam valores de R$ 59,2 milhões. A PF acredita que os repasses a essa empresa também tinham como destinatário final o deputado Vicentinho Júnior [1].
O Impasse Judicial
Diante dos indícios de lavagem de dinheiro e corrupção, a Polícia Federal solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a busca e apreensão contra o deputado e sua esposa, além do bloqueio de R$ 420 mil em bens do casal.
No entanto, o ministro Nunes Marques, relator do caso no STF, negou ambos os pedidos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou contrária às medidas. O ministro argumentou que, na fase atual da investigação, não haveria elementos suficientes para justificar as ações coercitivas contra o casal [1].
A decisão do STF e da PGR cria um impasse, mantendo o inquérito em curso, mas impedindo a coleta de provas por meio de busca e apreensão, o que é considerado crucial pela PF para avançar na elucidação do suposto esquema de desvio e lavagem de dinheiro envolvendo a cúpula política [1].
Referências
[1] Natália Portinari. Deputado e esposa movimentaram R$ 170 mi em empresa fantasma, aponta PF. UOL Notícias, 17 de dezembro de 2025. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/colunas/natalia-portinari/2025/12/17/deputado-e-esposa-movimentaram-r-170-mi-em-empresa-fantasma-aponta-pf.htm




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