PGR exonera assessor suspeito de vazar informações sigilosas ao prefeito de Palmas
- Wasthen Menezes

- 23 de set.
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu exonerar Felipe Alexandre Wagner, assessor investigado pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de repassar informações sigilosas de inquéritos a investigados no Tocantins. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União de 23 de setembro de 2025, poucos dias após ele ter sido alvo da Operação Sisamnes, deflagrada em 19 de setembro de 2025.
Segundo as apurações, Wagner teria atuado em procedimentos internos da PGR relacionados a autoridades públicas e, de dentro do órgão, repassado dados estratégicos a investigados. O caso ganhou repercussão porque o nome dele surgiu em uma interceptação telefônica de 26 de junho de 2024, envolvendo o prefeito de Palmas, José Eduardo Siqueira Campos (Podemos), e Thiago Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos).
Na conversa, Campos teria citado o assessor como um possível contato com acesso a pareceres e relatórios sigilosos, o que ajudaria a entender a gravidade de sua situação perante a Justiça.
A investigação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e conecta o vazamento às operações Fames-19 – que resultou no afastamento do governador Wanderlei Barbosa em 2024 – e Maximus, ambas em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O que está em jogo
O episódio é considerado grave porque não se trata apenas de quebra de sigilo funcional. Há indícios de que o assessor participava de um esquema mais amplo de venda de informações e favorecimento a investigados. Isso expõe vulnerabilidades da PGR e levanta questionamentos sobre a segurança de dados estratégicos que circulam nos órgãos de controle.
Durante a operação, a PF apreendeu celulares e notebooks do assessor. Até o momento, a defesa de Felipe Wagner não se manifestou.
O caso repercute tanto em Brasília quanto no Tocantins. A ligação entre membros do governo afastado, aliados locais e servidores da alta cúpula da República reforça a percepção de que a crise política no estado tende a se aprofundar nos próximos meses.




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