Condenado por crime ambiental e inelegível, Raul Filho ‘passa a vez’ ao filho para cargo estratégico na Governadoria do Tocantins
- Wasthen Menezes
- há 1 dia
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O ex-prefeito de Palmas, Raul Filho (PDT), condenado por crime ambiental e inelegível até março de 2026 pela Lei da Ficha Limpa, novamente aparece no centro de uma manobra política. Para contornar o impedimento legal, o governo do Tocantins nomeou seu filho, Raul de Jesus Filho e Neto, como secretário da Governadoria — cargo que até a semana passada estava reservado para o próprio Raul Filho.
A nomeação, publicada em edição suplementar do Diário Oficial do Estado (DOE) desta terça-feira (9), causou estranheza e levantou críticas. Ao invés de admitir a impossibilidade do ex-prefeito assumir o cargo, o governo encontrou no filho a “solução” para manter a influência da família em uma posição estratégica do Executivo estadual.
Especialistas em direito eleitoral apontam que a medida, embora tecnicamente legal, expõe uma prática recorrente na política local: uso de familiares para burlar restrições legais e preservar poder político. “É uma forma de perpetuar a influência política, mesmo diante de condenações que deveriam impedir a participação direta do titular”, explica um jurista ouvidor da legislação eleitoral.
O episódio evidencia também um problema ético: a transferência de cargos para parentes próximos contorna o espírito da lei e reforça práticas de clientelismo e patrimonialismo político, corroendo a confiança da população nas instituições públicas.
Enquanto Raul Filho permanece inelegível, seu filho assume a função e passa a controlar decisões estratégicas do governo estadual, garantindo que a influência política da família continue ativa. O caso reforça o alerta sobre como a legislação pode ser manipulada para favorecer interesses familiares, em detrimento da transparência e da ética na gestão pública.
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