Brasil: O país dos Bodes na Sala e dos Truques de Mágica
- Wasthen Menezes
- há 4 dias
- 2 min de leitura

Enquanto o Brasil sangra com bilhões desviados em fraudes no INSS, o país parece anestesiado. O escândalo atinge diretamente aposentados e trabalhadores, mas tudo é rapidamente ofuscado por um espetáculo paralelo, por bodes no meio da sala: Jair Bolsonaro no mesmo momento do escândalo foi intimado dentro da UTI — cena feita sob medida que intencionalmente ou não acaba abafando o noticiário. Em vez de foco no roubo do dinheiro público, a manchete do dia vira a visita da PF a um hospital.
E não para por aí. Como se o circo precisasse de mais números, entra em cena uma disputa absurda sobre a cor da camisa da seleção. Tentam pintar de vermelho um símbolo nacional, enquanto o rombo nos cofres públicos se aprofunda. O debate vira moda nas redes, alimentado por políticos e influenciadores, mais absurdo que reescrever as cores da pátria é colocar isso como uma urgência, ao invés de enfrentar a corrupção institucionalizada.
Mas os verdadeiros problemas continuam ali. Um deles: o sindicato ligado ao irmão do presidente Lula, que viu sua arrecadação crescer 414% nos últimos anos, graças a descontos diretamente aplicados no benefício de aposentados do INSS. Um escândalo que atinge os mais vulneráveis — e que agora é alvo da Polícia Federal. Mesmo assim, quase ninguém fala disso. Por quê? A resposta é simples: a distração virou método. Cada escândalo é seguido por uma cortina de fumaça. Uma polêmica fabricada. Um inimigo conveniente. Um teatro, onde o povo é sempre o espectador — e o prejudicado.
Enquanto os brasileiros se entretêm com polêmicas encomendadas, o dinheiro vai embora. E o cheiro dos bodes continua forte. Está na hora de parar de fingir que não vemos.
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