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Silêncio Estratégico ou Hipocrisia? A Incoerência nas Reações do Governo Lula e do Deputado Ricardo Ayres às Deportações de Brasileiros pelos EUA

Foto do escritor: Wasthen MenezesWasthen Menezes


Nos últimos anos, as deportações de brasileiros pelos Estados Unidos têm sido uma questão crescente. Entre 2021 e 2024, a administração do ex-presidente Joe Biden deportou aproximadamente 6.970 brasileiros, o que equivale a uma média de 36 deportações semanais. Esse número representa um aumento significativo em relação aos 6.776 brasileiros deportados durante o primeiro mandato de Donald Trump (2017-2021), com a administração Biden superando até os números registrados em 2021, chegando a cerca de 7.168 deportações no ano seguinte.


Deportação vs. Extradição


Embora as deportações e extradições sejam frequentemente confundidas, é importante destacar a diferença. A deportação refere-se à remoção de estrangeiros que entraram ou permaneceram de forma irregular nos Estados Unidos. Já a extradição envolve o envio de indivíduos que cometeram crimes em outro país, o que é um processo distinto.


Nos Estados Unidos, o processo de deportação segue um padrão rigoroso, independentemente da administração. De acordo com a emissora NBC News, as pessoas deportadas são, na maioria das vezes, detidas por infrações que variam de acidentes de trânsito a crimes mais graves, como o tráfico de drogas. Vale destacar que, durante o processo, o uso de algemas é uma prática comum, independentemente do governo em vigor.


Mudança de Postura?


O silêncio do governo brasileiro durante a maior parte da administração Biden foi questionado após um incidente recente, no qual 88 brasileiros deportados chegaram ao Brasil algemados, relatando maus-tratos durante o voo. Esse episódio gerou uma reação pública do governo e do deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO), que condenaram os "maus-tratos e humilhações". Ayres, em sua declaração, afirmou ser necessário "defender os interesses do Brasil com firmeza, e não se tornar capacho de ninguém".


Entretanto, essa postura levanta questões sobre a coerência das reações do governo brasileiro e de seus representantes. Durante o governo Biden, as deportações ocorreram de maneira regular, mas não houve manifestações públicas significativas por parte do governo brasileiro. Somente após o incidente envolvendo os brasileiros deportados, com a mudança para a administração de Donald Trump, é que as críticas começaram a surgir, possivelmente devido ao tratamento mais rigoroso e visível dos deportados.


Uma Postura Consistente é Necessária


É fundamental que o Brasil mantenha uma postura consistente e firme na defesa dos direitos de seus cidadãos, independentemente da administração americana. A defesa dos brasileiros deve ser uma prioridade constante, e as reações não devem ser influenciadas por interesses políticos internos ou pela troca de governo nos Estados Unidos.


A incoerência nas manifestações pode ser interpretada como uma falta de compromisso com a proteção dos direitos dos cidadãos brasileiros no exterior. A mudança de postura, após anos de silêncio, levanta dúvidas sobre a verdadeira motivação por trás dessas reações, sugerindo que as preocupações com os direitos humanos podem ser secundárias a considerações políticas.


Ricardo Ayres: Prioridade para Tocantins ou Alinhamento com Brasília?


O deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO) tem se destacado pela sua proximidade com o governo federal, especialmente com a administração de Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, essa postura tem gerado questionamentos sobre sua verdadeira agenda política.


Ayres, que ocupa uma posição estratégica no governo estadual, também tem se envolvido em importantes questões locais, como a nomeação de um superintendente do DNIT em Tocantins, que foi afastado após a tragédia na ponte do Rio Tocantins. Esse episódio gerou críticas sobre o critério de escolha do deputado, que pode estar priorizando interesses políticos em detrimento das necessidades urgentes da população tocantinense.


Sua relação com o governo federal, embora importante para o estado, levanta a questão: Ayres está realmente representando as necessidades de Tocantins, ou está apenas alinhado com a política de Brasília para garantir sua própria base de poder? A falta de respostas claras sobre questões locais e a falta de uma postura mais firme em relação a problemas urgentes deixam em aberto a dúvida sobre quem, de fato, Ayres está representando.


Mais ações e Menos Hipocrisia


É imperativo que o Brasil, como nação, adote uma postura mais proativa e consistente na defesa dos direitos de seus cidadãos no exterior, sem se deixar influenciar por interesses políticos momentâneos. O compromisso com a proteção dos brasileiros deve ser inegociável, e é necessário que as reações do governo e de seus representantes sejam mais coerentes e fundamentadas em princípios de direitos humanos. Não em posicionamentos tomados de acordo com quem está no poder soando como ativismo eleitoreiro, ou mesmo a interesses sabe - se lá de quem, tendo em vista que os políticos mencionados sequer abriram a boca para fazer tais críticas contundentes no governo Biden, o que mudou? Pelos fatos mencionados só o ocupante da cadeira dos EUA a prática continua a mesma.

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1 Comment

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Guest
Jan 28

Muito bom! Hipocrisia pura!

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