Prefeitura se vê obrigada a corrigir erro milionário de Amastha: obra de R$ 17 milhões vira caos e será reformada em 2025. E os R$ 17 milhões? Quem vai pagar esse prejuízo?
- Wasthen Menezes
- 25 de jun.
- 3 min de leitura

Prefeito Eduardo Siqueira se reúne com comerciantes para discutir nova intervenção na Avenida Tocantins; antigo projeto milionário da gestão Carlos Amastha é alvo de críticas e pode ter causado dano ao erário.
O que era para ser um "shopping a céu aberto" e símbolo de revitalização virou dor de cabeça para comerciantes, transtorno para motoristas e, agora, motivo de mais uma obra pública com dinheiro do contribuinte. Em 2017, a gestão do então prefeito Carlos Amastha anunciou um ambicioso projeto de reforma da Avenida Tocantins, em Taquaralto, orçado em R$ 17 milhões. Hoje, quase oito anos depois, a promessa de progresso se revela um projeto fracassado, com ciclovias inúteis, trânsito caótico e prejuízos aos cofres públicos.
Na manhã desta terça-feira, 25 de junho de 2025, o atual prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, esteve no local para dialogar com comerciantes afetados. Durante entrevista ao programa Xico TV, ele detalhou o andamento do projeto de revitalização da Avenida Tocantins. Segundo o prefeito, a prefeitura apresentou quatro propostas de intervenção urbana, das quais uma já foi escolhida pela comunidade ou pelas autoridades envolvidas.
"Hoje nós vamos apresentar essa opção mais detalhadamente. Se ela for aprovada, vencidas as etapas técnicas, nós ainda teremos uma audiência pública, conduzida pela promotora doutora Kátia Galheta, que atua na área", afirmou Eduardo em entrevista a página @xicotvto
Ele explicou que o próximo passo será a liberação para licitação e início das obras, e reconheceu os desafios estruturais do projeto, como a mudança de postes, ajustes em estacionamentos e a redução do canteiro central. Contudo, reforçou que, do ponto de vista técnico, a obra deve ser rápida.
"Essa é uma obra que eu considero... Ela tem as suas complicações, como a mudança de postes e outras alterações. Mas ela é, a meu ver, rápida na questão do pavimento e da diminuição do canteiro. A parte mais delicada será mesmo a dos postes laterais", explicou.
A revitalização da Avenida Tocantins é esperada há anos por comerciantes e moradores, e deve representar um avanço em mobilidade urbana, acessibilidade e valorização econômica da região.
A reforma milionária feita na gestão Amastha prometia calçadas padronizadas, ciclovias modernas, fachadas revitalizadas e até incentivos fiscais. O que se viu, no entanto, foi uma obra paralisada, inconclusa e cheia de falhas urbanísticas, como apontaram diversas reuniões no Ministério Público e ações no Tribunal de Contas do Estado.
Entre os principais problemas apontados, destacam-se:
Estreitamento das vias, dificultando o fluxo de veículos;
Ciclovia subutilizada e mal projetada;
Dificuldades de acesso para ambulâncias e viaturas da PM;
Calçadas desniveladas e ocupadas por mercadorias;
Impacto negativo no comércio local.
Diante desse cenário, moradores e comerciantes chegaram a pedir a retirada da ciclovia em audiência no MPE em 2022. O Ministério Público e o TCE mantêm procedimentos abertos para apurar os possíveis prejuízos ao erário e a responsabilidade das autoridades envolvidas.
Impunidade ou consequência?
A gestão Carlos Amastha, marcada por discursos modernizadores e obras de impacto, deixou para trás mais um exemplo do que especialistas chamam de urbanismo midiático: projetos caros, com apelo visual, mas pouco funcionais na prática.
É urgente que os órgãos de controle acelerem as investigações e apurem se houve dano ao patrimônio público, superfaturamento, ou improbidade administrativa na execução da obra de 2017. Não se pode permitir que milhões sejam desperdiçados sem que ninguém seja responsabilizado.
Enquanto isso, comerciantes esperam que a nova reforma em 2025 não seja mais uma promessa vazia.
Comentários