Movimento Calculado ou Início da Ruptura? A Discreta Reconfiguração do Poder em Palmas

Visita, oração e ruptura: Velozo desmonta núcleo de Eduardo e acende disputa pelo controle da PrefeituraPrefeito interino se diz aliado, visita Eduardo na prisão, ora com ele e, no dia seguinte, exonera seus dois homens de confiança. Movimento político ou traição com aval?

O domingo começou com um gesto simbólico: o prefeito interino de Palmas, Carlos Velozo (Agir), visitou Eduardo Siqueira Campos na cela onde está preso pela Operação Sisamnes. Leu a Bíblia, fez oração, falou como “amigo-irmão”. No dia seguinte, já como primeiro ato concreto no comando do Executivo, exonerou os dois principais nomes do grupo de Eduardo: Carlos Júnior (chefe de gabinete) e Renato Oliveira (procurador-geral do município).

Ambos eram da confiança direta de Eduardo, nomeados no início do governo. A justificativa foi política: o partido Agir teria solicitado os espaços. No entanto, o gesto contradiz a promessa feita por Velozo um dia antes aos secretários, de que não haveria mudanças e que a “continuidade” seria a prioridade.

A velocidade e a frieza com que o interino agiu levantaram questionamentos. Seria um movimento previamente combinado com o próprio Eduardo? A visita, afinal, ocorreu com a anuência do titular, e o clima entre ambos parecia pacificado. No entanto, a forma como as demissões aconteceram — abruptas e sem aviso — indica uma estratégia mais ambiciosa.

O prefeito interino, que assumiu sob o discurso de estabilidade, está fazendo justamente o contrário. Reorganizou cargos estratégicos, cedeu espaços ao seu partido e, discretamente, começa a construir uma gestão com identidade própria. A linha entre lealdade e oportunismo se torna cada vez mais tênue.

Comportamento Político: Análise comparada entre Carlos Velozo e Eduardo Siqueira

O cenário atual em Palmas é mais do que uma crise: é uma transição de poder silenciosa. Enquanto Eduardo enfrenta a Justiça, Velozo reorganiza os bastidores. Entre orações e exonerações, o que se vê é o início de uma nova disputa pelo comando da capital. Quem será lembrado como traidor? E quem sairá fortalecido? O tempo — e as urnas — vão responder.