Por Wasthen Menezes
Maria Francinaria, mãe de três filhos e motorista de ônibus, jamais imaginou que um gesto de solidariedade ao tentar ajudar um cadeirante, somado à sua iniciativa de alertar a equipe de manutenção sobre o problema do ônibus em um grupo fechado, se transformaria em um pesadelo. Após gravar um vídeo, inicialmente publicado pela página do Instagram "Tu Viu Palmas" [https://www.instagram.com/reel/DFYPMrSPQcf/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==], no qual ela pedia ajuda para resolver a questão de acessibilidade, Maria foi exonerada pela Prefeitura. Em busca de esclarecimentos, o Opinativo Político conseguiu uma entrevista exclusiva com ela.
"Eu fiz o vídeo pedindo para a manutenção resolver o problema."
Em entrevista a Maria mãe de três filhos revela que não tinha intenção de torna o vídeo público, mandou no grupo da manutenção para resolver o problema.
"Eu fiz o vídeo pedindo para a manutenção resolver o problema. (...) Eu o enviei para o grupo de manutenção, mas alguém com más intenções o compartilhou.
Não era primeira vez a motorista pedia ajuda do setor de manutenção.
Eu já havia aberto um chamado sobre o assunto, mas não obtive resposta.
Em entrevista exclusiva ao Opinativo Político, Maria compartilha a dor de ser punida por tentar fazer a coisa certa.
O que motivou você a gravar o vídeo sobre o problema que enfrentou?
Maria Francinaria: "Eu fiz o vídeo pedindo para a manutenção resolver o problema. Eu já havia aberto um chamado sobre o assunto, mas não obtive resposta. Além disso, minhas pernas estavam machucadas, como menciono no vídeo. Eu o enviei para o grupo de manutenção, mas alguém com más intenções o compartilhou."
Qual é a sua situação atual após a exoneração?
Maria Francinaria:
"Sou mãe de três crianças pequenas, que crio sozinha. Preciso trabalhar para sustentá-las. Não tinha a intenção de prejudicar ninguém, e agora estou sem chão com tudo isso."
Como você se sente em relação ao ocorrido?
Maria Francinaria: "Não só me comoveu por ter que deixar o cadeirante, que já não tem uma vida fácil, mas também por ter tentado ajudá-lo. Isso me afetou profundamente."
Quando você gravou o vídeo e recebeu a notificação de exoneração?
Maria Francinaria: "O vídeo foi gravado na sexta-feira, e ontem (segunda-feira) eu recebi o comunicado de exoneração. Quando cheguei ao local de trabalho, um coordenador me informou que não deveria trabalhar, pois estava sendo exonerada por causa do vídeo que vazou."
O caso de Maria revela um problema maior: a negligência da Prefeitura em dar atenção aos pedidos de manutenção e a punição de quem, ao invés de ser reconhecido por sua boa vontade, acaba sendo injustamente penalizado. Uma história de boa intenção silenciada pela indiferença administrativa. Conforme já mencionado na entrevista, Mãe de três filhos, Maria agora encontra-se desempregada e sem saber o que fazer por ser a única provedora da casa.
NOTA DA PREFEITURA
A Prefeitura de Palmas, por meio da Agência de Transporte Coletivo de Palmas (ATCP), informa que tomou conhecimento, por meio das redes sociais, de um registro envolvendo uma motorista de ônibus em uma situação com um passageiro com deficiência.
A ATCP esclarece que abrirá um processo administrativo para apurar os fatos.
A gestão reafirma o compromisso com a acessibilidade e a qualidade no transporte público da Capital.
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