Nos municípios onde havia aliança do Republicanos com o PDT, o clima é de incerteza quanto ao apoio do Palácio Araguaia. Apesar de ser de conhecimento geral que a relação entre o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), e o vice-governador, Laurez Moreira (PDT), estava estremecida desde o início de março, o meio político foi pego de surpresa com a decisão do Governador de romper de vez com o vice-governador no último dia 18 de julho, ao exonerar vários ocupantes de cargos de confiança indicados por Laurez.
Entre os exonerados estão o secretário das Cidades, Habitação e Desenvolvimento Regional, Thiago Lopes Benfica, a gerente do Sine em Gurupi, Zenaide Dias da Costa, e a diretora de Postos de Atendimento e CIRETRANS de Gurupi, Patrícia Pinheiro Alves Feitosa. Para analistas políticos, a decisão do Governador altera o cenário da disputa eleitoral nos municípios onde Republicanos e PDT tinham alianças com pré-candidatos a prefeito.
Impacto nas Alianças Municipais
A questão agora é como o governador Wanderlei vai se comportar nos municípios em que o PDT tem candidato e contava com o apoio do Republicanos, ou onde o pré-candidato é do Republicanos com o apoio do PDT. Qual será a orientação do Governador para os deputados do Republicanos que estavam aliados a candidatos do PDT? O que muda com a ruptura de Wanderlei com Laurez nesses municípios?
Por exemplo, em Formoso do Araguaia, o pré-candidato a prefeito, Guilherme Gama (PDT), apoiado pelo vice-governador Laurez Moreira, também contava com o apoio do governador Wanderlei Barbosa. Situação semelhante ocorre em Palmeirópolis, onde o pré-candidato do PDT, Wlisses Barros, até então contava com o apoio do Republicanos. Em Jaú do Tocantins, a pré-candidata a prefeita Maria Mendes, do Republicanos, tem o apoio explícito do deputado Gutierres Torquato, que é do PDT.
Entenda
Em março deste ano, surgiram rumores de que Laurez Moreira estava conspirando contra Wanderlei Barbosa. A informação era de que Laurez teria se encontrado com o senador Irajá (PSD) e a ex-senadora Kátia Abreu (PP) numa suposta conspiração para tirar Wanderlei Barbosa do Palácio Araguaia.
Diante dessas especulações, Wanderlei Barbosa quebrou o silêncio e admitiu que a relação entre os dois já não era mais a mesma: “não posso dizer que está 100%”, declarou à Gazeta do Cerrado em 13 de março. “É uma situação que não quero tratar agora, temos dificuldades em alguns pontos, tivemos sim dificuldades de relacionamento”, disse Wanderlei na época.
Laurez Moreira, por sua vez, divulgou uma nota negando a suposta conspiração, que classificou de “calúnia”, bem como o rompimento com o Governador, ao mesmo tempo em que reforçava seu “compromisso moral” com Wanderlei. “Em nenhum momento tive qualquer contato pessoal ou institucional”, rechaçou o suposto encontro com os Abreu. “O poder pelo poder jamais irá me tirar a dignidade. Reitero meu compromisso com o governador Wanderlei por tudo que construímos”, afirmou Laurez na nota.
O fato é que Wanderlei não quis tratar da situação naquele momento, mas quatro meses depois do episódio tomou sua decisão sobre as “dificuldades de relacionamento” com o vice. Agora, resta saber como o Governador vai se posicionar nas campanhas eleitorais municipais impactadas por esse rompimento.
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